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sexta-feira, 25 de junho de 2010

1 - A MULHER NO ISLAM

Tudo que não faz parte da nossa realidade imediata tende a nos assustar e a ser objeto de nossa rejeição. Raríssimas vezes nos detemos nas questões que nos escapam e, por isso mesmo, fazemos julgamentos apressados, superficiais, e incorporamos conceitos, sempre carregados de preconceitos, porque não buscamos a verdade dos fatos.
''Entre os Seus sinais está o de haver-vos criado companheiras da vossa mesma espécie, para que com ela convivais; e colocou amor e piedade entre vós. Pôr certo que nisto há sinais para os sensatos.'' (30:21)
Nos dias atuais, onde tantas questões polêmicas nos são colocadas diariamente, onde mal temos tempo de digerir o noticiário, tal a rapidez com que as coisas acontecem no mundo, vamos estabelecendo nossos julgamentos e entendimentos em bases que carecem de uma análise mais profunda.
Assim pode ser vista a questão da mulher no Islam, onde preconceitos e falsas informações estão disseminados de tal forma que ocupam o imaginário dos não muçulmanos, estereotipando essas mulheres, transformando-as em personagens que não necessariamente correspondem à realidade.
“O Islam é fanatismo. O Islam é terrorismo. O Islam é atraso. O Islam oprime e submete a mulher.” Isto é o que se ouve freqüentemente nas grandes mídias.
Mas, o que é o Islam? Como o Islam trata realmente a questão dos sexos? Qual é o papel da mulher muçulmana numa sociedade islâmica?
Ao falar sobre a mulher no Islam, como ela é vista, qual a sua função, qual o seu papel, quais os seus direitos e deveres, seria interessante se comparássemos estas duas distintas realidades - o Islam sendo visto através de outras culturas, outras religiões; demonstrando quais os seus direitos e deveres, quais as suas conquistas, enfim, devemos considerar todos os aspectos, sejam sociais, políticos, econômicos, éticos ou morais e não simplesmente, nos determos em aspectos culturais isolados.
Por isso, nada melhor do que enfocar A mulher no Islam, levando em conta essa mesma condição no Ocidente, e, mais especificamente no Brasil, de tradições, cultura e religião tão diferentes do Oriente. No que a muçulmana é diferente da mulher ocidental? Que valores éticos, morais, sociais e religiosos regem essas duas mulheres? Que padrões comportamentais fazem essas duas mulheres tão diferentes?
Há 1400 anos é sabido que a mulher é um ser responsável e não pode ser desrespeitada ou discriminada em razão de seu sexo. No ocidente, apesar dos avanços conseguidos pelos movimentos feministas, as conquistas alcançadas não representam sequer a terça parte do que o Islam já havia garantido. Sabemos que a mulher ainda é discriminada, o maior contingente de analfabetos está na população feminina, ela é vítima da violência, que começa em casa, recebe um salário menor para o exercício de funções que ela executa em igualdade de condições com o homem, etc.
Em 1995, portanto, na Quarta Conferência Mundial da Mulher, ocorrida em Pequim, os governos participantes reconheceram a péssima condição feminina e firmaram uma Declaração, onde entre outros tópicos, afirmavam o seguinte:
"Nós, os governos que participamos da Quarta Conferência Mundial da Mulher (…) estamos convencidos de que: (…) Os direitos da mulher são direitos humanos; (…) A igualdade de direitos, de oportunidades e de acesso aos recursos, à distribuição equitativa entre homens e mulheres das responsabilidades relativas à família … são indispensáveis ao seu bem-estar e ao de sua família, assim como para a consolidação da democracia. (…) A paz global, nacional e regional só pode ser alcançada com o progresso das mulheres, que são uma força fundamental de liderança, resolução de conflitos e promoção de uma paz duradoura em todos os níveis."
A diferença básica entre esses dois mundos, o oriental e o ocidental, é que o Islam, conforme revelado ao Profeta Muhammad(SAWS), está pronto, bastando ser seguido por todos. O Islam dignifica o ser humano, garante direitos. Sua mensagem, ainda que dirigida inicialmente aos árabes, é universal e se aplica a todos os homens e mulheres, em qualquer lugar e em qualquer tempo. As origens do Islam são as mesmas que as das religiões anteriores e Muhammad (SAWS), foi o último profeta de Deus. 

2.) A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO INÍCIO DO ISLAMISMO

    Na posição ocupada pela mulher nos tempos pré-islâmicos, vale lembrar que Khadija, primeira esposa de Muhammad(SAWS),uma rica viúva e independente, que administrava seus próprios negócios, foi quem fez o pedido de casamento ao Profeta.
   Khadija foi a primeira pessoa, do círculo mais próximo do Profeta, a acreditar que as revelações eram divinas e foi a primeira a se converter ao Islam.
Até morrer, esteve sempre ao lado de Muhammad(SAWS), suportou ao seu lado toda a sorte de incompreensões e perseguições de que foram vítimas os primeiros muçulmanos, passou necessidades físicas durante o embargo imposto pelos cidadãos de Mekka. Khadija foi a companheira de quem o Profeta jamais se esqueceu enquanto viveu.
Esse mundo árabe pré-islâmico era patriarcal, moldado pelo homem, e a mulher não passava de uma vítima constante da dor, do sofrimento, da solidão, da humilhação e da exploração física, emocional e sexual.
Foi então com a vinda do Islam, que a mulher passou a desfrutar de uma posição dignificada, sem qualquer traço de paternalismo ou exploração, um ser responsável, a quem são exigidos deveres, mas a quem também são assegurados direitos, em igualdade de condições com o homem. Homens e mulheres são criaturas de Deus, e o melhor entre eles é o mais justo, o mais piedoso, independentemente de sexo, raça, cor, posição social etc.
As pessoas se diferenciam no Islam pela fé, pela consciência de Deus e pela conduta reta. Assim, estabelece Deus no Alcorão:
Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros. Sabei que o mais honrado dentre vós, ante Deus, é o mais temente. Sabei que Deus é Sapientíssimo e está bem inteirado. (49:13)  
O novo modo de vida implantado a partir da vinda do Alcorão assegurou uma posição dignificada tanto para os homens como para as mulheres. As mulheres passaram a ser respeitadas e honradas. A "maldição" do sexo feminino, como herdeiro do "legado de Eva", portanto, a responsável por todas as desgraças desta vida, deixou de ter sentido. Homens e mulheres são iguais.
O que a mulher ocidental levou mais de 12 séculos para conseguir, enfrentando as mais duras resistências, o Islam já havia outorgado voluntariamente, tomando a iniciativa, sem submissão a necessidades sócio-econômicas, mas dentro do critério de justiça e verdade, características básicas do Islam.
Com o surgimento o Alcorão, assegurando à mulher, primeiro o direito à vida, depois o direito de opinião e expressão, à educação, ao conhecimento, ao testemunho, ao divórcio, à propriedade, à herança, há de se convir que isso significou uma revolução absoluta nos costumes, tradições e valores que perduravam naquela época e que perduram até os dias de hoje em algumas regiões do mundo.
Abu Huraira narrou, que o Profeta Muhammad (saws), disse: ''O crente mais íntegro é aquele que demonstra melhor caráter e de melhor moralidade. E o melhor dentre vós é aquele que melhor trata a sua mulher, e o que é melhor para com a sua mulher.''

3.) DIREITOS ASSEGURADOS À MULHER PELO ISLAM

No Islam, a mulher não é produto do diabo ou a semente do mal. No Islam, o homem não ocupa o lugar de senhor absoluto da mulher, tendo que se render ao seu domínio. No Islam só nos submetemos a Deus e só a Ele nos rendemos e prestamos contas. No Islam, ao contrário de outras crenças e sistemas religiosos, a mulher tem alma e é dotada de qualidades espirituais. O Islam não considera Eva a única responsável pelo pecado original de toda a humanidade e, por conseqüência, pelo sacrifício na cruz do filho de Deus para redimir a humanidade do pecado original.
O Alcorão esclarece que tanto Adão como Eva erraram, ambos foram tentados, ambos pecaram e ambos foram perdoados por Deus após o manifesto arrependimento.
A mulher é reconhecida no Islam como a parceira completa do homem e igual a ele na procriação da humanidade. Ele é o pai e ela é a mãe e ambos são essenciais para vida. O papel da mulher não é menos vital do que o do homem.
"Quanto aos muçulmanos e às muçulmanas, aos fiéis e às fiéis, aos consagrados e às consagradas, aos verazes e às verazes, aos perseverantes e às perseverantes, aos humildes e às humildes, aos caritativos e às caritativas, aos jejuadores e às jejuadoras, aos recatados e às recatadas, aos que se recordam muito de Deus e às que se recordam d'Ele, saibam que Deus lhes tem destinado a indulgência e uma magnífica recompensa." (33:35)
Nesta parceria as partes são iguais em cada aspecto, têm direitos e responsabilidades iguais e são dotadas das mesmas qualidades, seja homem ou mulher.
No Islam, a mulher se iguala ao homem ao ser responsável por seus atos. Ela possui uma personalidade independente, dotada de qualidades humanas e digna de aspirações espirituais. Sua natureza humana não é nem inferior nem superior à do homem. Homens e mulheres têm as mesmas obrigações e responsabilidades sociais, morais e religiosas.
Aqueles que praticarem o bem, sejam homens ou mulheres, e forem fiéis, entrarão no Paraíso e não serão defraudados, no mínimo que seja. (4:124)
No Islam, a mulher é independente economicamente, uma vez que ela pode ser proprietária, com direito a administrar seus bens e ninguém, pai, marido ou irmão, tem ingerência no trato de questões financeiras. 

4) Educação

A mulher se iguala ao homem na busca pelo conhecimento e educação. Quando o Islam elegeu os muçulmanos para a busca do conhecimento, ele não fez distinção entre os sexos. A educação não é somente um direito, mas uma responsabilidade de todos os homens e mulheres. Muhammad(SAWS), há 14 séculos atrás, foi muito claro ao afirmar que a busca do conhecimento é uma obrigação para todo o muçulmano, seja homem ou mulher.
O Islam entende que uma mulher não pode se instruir se não lhe é permitido falar. O Islam entende que uma mulher não pode crescer intelectualmente se ela é obrigada a um estado de completa submissão. O Islam entende que uma mulher não tem vida própria se sua única fonte de informação é o marido em casa.
Hadiths do Profeta Muhamad (SAWS), pode-se identificar este estímulo ao saber:
“A aquisição de conhecimento é dever de todo muçulmano e muçulmana”. 

5) Liberdade de expressão

 Por isso, no Islam ela tem direito à liberdade de expressão, tanto quanto o homem. Suas opiniões são levadas em consideração e não podem ser desrespeitadas sob a alegação de serem provenientes de uma mulher. Há diversos relatos a respeito da participação efetiva das mulheres, não só expressando sua opinião como também questionando e participando de discussões sérias com o Profeta. A propósito, o Alcorão tem a seguinte passagem:
Em verdade, Deus escutou a declaração daquela que discutia contigo, acerca do marido, e se queixava em oração a Deus. Deus ouviu vossa palestra, porque Ele é Oniouvinte.
Aqueles, dentre vós, que repudiam as suas mulheres através do zihar, saibam que elas não são suas mães. Estas são as que os geraram; certamente, com tal juramento, eles proferiram algo iníquo e falso; porém, Deus é Absolvedor, Indulgentíssimo. (58:1-2)
Este relato se refere Khawlah, esposa de Auss Ibn Assámet, que havia se divorciado dela, seguindo um costume idólatra, apesar de ele ser muçulmano. O expediente era conhecido como zihar e consistia em dizer para a esposa que a partir daquele momento ela era considerada sua mãe. Isto liberava o marido de qualquer responsabilidade conjugal sem dar, no entanto, liberdade para ela abandonar o lar ou contrair novo matrimônio. Tendo ouvido estas palavras de seu marido, a mulher foi ter com o Profeta, na esperança de que ele resolvesse o seu caso. O Profeta era de opinião que ela deveria ser paciente, desde que parecesse que não havia outro caminho. No entanto, ela continuou questionando Muhammad(saws),  quando veio a revelação que constitui os versículos acima. Portanto, como vemos, a mulher no Islam tem o direito de argumentar, mesmo que seja com o Profeta do Islam. Ninguém tem o direito de instruí-la a se calar.
Em primeiro lugar, deve ser esclarecido que o Islam entende que o papel da mulher na sociedade como mãe e esposa, é o mais sagrado de todos. Nenhuma babá ou empregada pode substituir a mãe no seu papel de educadora de uma criança.
“E dentre Seus sinais, está que Ele criou, para vós mulheres, de vós mesmos, para vos tranqüilizardes juntos dela se fez, entre vós, afeição e misericórdia. Por certo, há nisso sinais para um povo que reflete.”(30:21)
A regra geral na vida política e social é a participação e a colaboração de homens e mulheres nas questões públicas. O Islam não exige que a mulher fique confinada em sua casa até a morte. Em toda a história do Islam há relatos suficientes que comprovam a participação da muçulmana nas questões públicas, nas funções administrativas, na erudição e ensinamentos e mesmo nos campos de batalha, ao lado do Profeta.
 Não há no Alcorão, ou nas sunas do Profeta, qualquer texto que impeça a mulher de exercer qualquer posição de liderança, exceto na condução da prece e na liderança do estado.
“Jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou mulher, porque procedeis uns dos outros…” (3:195) 

6) Direito de contratar



O Islam garante à mulher direitos iguais para contratar, para assumir empreendimentos, para ter ganhos e posses independentemente. Somente no século passado a Europa reconheceu o direito da mulher de contrair obrigações. No Islam, vida, propriedade, honra são tão sagrados para ela quanto para o homem. Se ela cometer qualquer falta sua pena não é maior ou menor do que para o homem, em casos semelhantes, estabelecida pela shariah islâmica. No Islam, a lei é igual para todos e não exime ninguém em razão de sua posição social.
Estes direitos não estão estabelecidos de uma forma apenas retórica. O Islam tomou medidas para salvaguardá-los e colocá-los em prática como artigos de fé, não tolerando assim, o preconceito contra a mulher ou a discriminação entre os sexos, reprovando todo aquele que considera a mulher inferior ao homem.
“Não ambicioneis aquilo com que Deus agraciou uns, mais do que aquilo com que (agraciou) outros, porque aos homens lhes corresponderá aquilo que ganharem assim, também as mulheres terão aquilo que ganharem. Rogai a Deus que vos conceda a Sua graça, porque Deus é Onisciente. (4: 32).”

7) Direito à Herança

    Além do reconhecimento da mulher como um ser independente, considerada como essencial para a sobrevivência da humanidade, o Islam deu à mulher o direito à herança. Antes do Islam, ela não só era privada desta participação como era considerada propriedade do homem.
   Seja ela esposa ou mãe, irmã ou filha, a mulher tem participação na herança, e esta participação depende do seu grau de relação com o morto e o número de herdeiros. Esta quota é dela e ninguém tem poder para negar-lhe esta participação, ainda que o morto quisesse deserdá-la. Qualquer um pode, legalmente, dispor de 1/3 dos seus bens, não afetando, assim, o direito de herdeiros, sejam homens ou mulheres.
"Às mulheres também corresponde uma parte do que tenham deixado os pais e parentes, quer seja pequena quer seja grande, uma quantia determinada" (4:7).
 A mulher muçulmana está protegida e segura do ponto de vista material. Se ela é esposa, o marido é o provedor. Se ela é mãe, cabe ao filho o encargo. Se ela é filha, o pai se responsabiliza por sua manutenção, se ela é irmã, o irmão, e assim por diante. Quando ela é sozinha, não tem ninguém, é evidente que não tem herança a ser recebida e ela passa a ser responsabilidade da sociedade como um todo, cabendo, portanto, ao Estado, prover seu sustento através de ajuda, arrumando trabalho para que ela ganhe seu próprio sustento. 

8) Privilégios

A mulher no Islam usufrui de certos privilégios. Durante o período menstrual ela está isenta das preces e do jejum. Ela está isenta, também, de todas as responsabilidades financeiras. Ela não precisa trabalhar ou dividir com o marido as despesas domésticas. Todos os bens de família que ela leva para o casamento são seus e o marido não tem qualquer direito sobre aqueles pertences. Em geral, a muçulmana tem garantido o sustento em todas as fases de sua vida, seja como filha, esposa, mãe ou irmã.
Ela também é livre para trabalhar, se assim o quiser, e participar com o seu trabalho das responsabilidades familiares. Não há no Alcorão ou na Suna qualquer texto que categoricamente proíba a muçulmana de procurar um emprego lícito. Inclusive, algumas podem ser forçadas a buscar emprego a fim de sobreviverem, principalmente em países onde inexistam medidas que assegurem a estabilidade financeira das viúvas ou divorciadas.
“Jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou mulher, porque procedeis uns dos outros…” (3:195) 

9) O respeito as mulheres nas Mesquitas

O fato de a mulher ficar atrás do homem durante as orações não indica que ela seja inferior ao homem. Faz parte da disciplina da oração o muçulmano se colocar em fila, ombro a ombro com o seu irmão. As preces islâmicas envolvem atos, movimentos, posturas de prostração, genuflexões que ocasionam contatos corporais e toque involuntário na pessoa que está ao lado, diminuindo a concentração daquele que está em prece. Além do mais, seria inapropriado e desconfortável para uma mulher ficar em tal posição, prostra-se, inclinar-se e colocar a testa no chão, tendo atrás de si uma fileira de homens.
Assim, para evitar qualquer embaraço de ambas as partes, o Islam ordenou a organização de filas, homens na frente, e mulheres atrás.
O que deve ser ressaltado é que as proibições são dirigidas a ambos os sexos. O que o Islam proíbe para a mulher, também o faz para o homem. A modéstia é recomendada tanto para homens como para mulheres. A castidade até a realização do casamento é imperativo para homens e mulheres, igualmente.

10) O Sexo

Outra questão polêmica com relação ao Islam é a que se refere ao sexo. O Islam não nega, em hipótese alguma, a sexualidade do ser humano, antes pelo contrário. O Islam não advoga a supressão do anseio sexual através do celibato ou do monasticismo.
O homem é dotado por seu Criador de impulsos que o impelem às várias atividades que garantem a sua sobrevivência.


O principal objetivo do sexo é a própria espécie. O Islam reconhece que o ser humano é tomado por emoções inexplicáveis que o atraem irresistivelmente para o sexo oposto e, por isso mesmo, normativa as relações entre homens e mulheres.
O Islam reconhece a importância do instinto sexual, mas só admite a sua realização através do casamento lícito, proibindo rigorosamente o sexo fora do casamento e tudo aquilo que possa conduzir à sua prática de modo ilícito.
O Islam se baseia na crença na revelação divina. A sua lei e a sua moral estão baseadas nos mandamentos divinos. Dentro desse contexto, homens e mulheres devem obedecer a certas regras de comportamento e disciplina, a fim de evitar que o ilícito seja praticado.
O Islam tem imposto, recomendado e encorajado certos hábitos com o fim de reduzir as oportunidades para a prática do ilícito. Além disso, toma as precauções necessárias e possíveis, no tocante a sanções materiais, tais como, proibição da promiscuidade, dos encontros reservados entre pessoas do sexo oposto sem a presença de terceiros, etc. O adultério é proibido tanto para homens como para as mulheres.
Em suma, a forma como Islam encara o sexo é uma linha muito estreita entre dois extremos. O primeiro é desqualificá-lo ao ponto de sua total abstenção, através do celibato ou monasticismo, negando a própria natureza humana, e o segundo é achar que é muito natural fazer sexo com quem quer que seja, em qualquer lugar, sempre que se quiser.
Enquanto no ocidente a sensualidade, o amor entre um homem e uma mulher, atributos humanos concedidos por Deus, são reduzidos à sua condição mais baixa e se transformam em libertinagem, pornografia, o Islam não aceita, em hipótese nenhuma, a superexposição do sexo, o sexo pelo sexo, com qualquer um, em qualquer lugar

11) Casamento:

O casamento no Islam é uma bênção santificada, que não deve ser quebrado, exceto por razões relevantes. Os casais são instruídos a procurar salvar a instituição do casamento, por todos os meios possíveis. O divórcio não é comum, a não ser que não haja outra solução. Em outras palavras, o Islam reconhece o divórcio, mas não o encoraja. O Islam dá à mulher muçulmana o direito de pedir o divórcio, pois reconhece que ela não pode ser refém de um mau marido.
''Acercar-vos de vossas mulheres, porque elas são vossas vestimentas e vós o sois delas.'' (2:187)

12) Divórcio

O sistema de divórcio no Islam é o mais justo que existe. Se o casal decide se separar, o marido pede o divórcio dizendo "Eu quero o divórcio". A partir de então, começa um tempo de espera que dura 3 períodos menstruais para que seja certificado que a mulher não está grávida. Este período permite ao casal ter um tempo para pensar sobre o que estão fazendo e se é isso mesmo que eles querem. Durante este período, o marido é obrigado a alimentar, vestir e abrigar a esposa. Não há ninguém, nem mesmo advogado, envolvido nesta questão. Findo os três meses, e comprovado que a mulher não está grávida, o divórcio se consuma. Se, por um acaso, a mulher estiver grávida, o marido é obrigado a prover a ex-esposa do necessário até o período do desmame, normalmente 2 anos.
"Não é lícito para vós (homens) tomar de volta quaisquer dos presentes, exceto quando ambas as partes temerem não ser capazes de manter os limites ordenados por Alá. Não há culpa para qualquer um de vós se ela der alguma coisa por sua liberdade. Tais são os limites ordenados por Alá, assim não os transgridam" (2:229).
Como podemos observar, não há como comparar as diferentes abordagens, uma vez que o comum no ocidente, pelo menos no Brasil, é a mulher sair sempre lesada de uma separação, sem garantia de direitos mínimos para a sua sobrevivência. 

13) - O hidjab

    Finalmente, cabem algumas palavras sobre um dos pontos que mais suscita controvérsias, qual seja o uso do hijab. Por que a mulher deve cobrir a cabeça? Em tese, a resposta é simples:
“Ó profeta, dize a tuas esposas, a tuas filhas e as mulheres dos crentes que (quando saírem) se cubram com suas mantas; isso é mais conveniente para que sejam reconhecidas e não sejam molestadas; Allah é Indulgente, Misericordioso. (33:59)”
Os parâmetros para a modéstia adequada tanto para homens como para mulheres (roupa e comportamento) são baseados nas fontes revela tórias (Alcorão e a Suna autêntica) e, como tal, devem ser respeitados por homens e mulheres crentes por ser de orientação divina com objetivos legítimos.
O Islam não fixou padrões tais como estilo, cor, etc., que as muçulmanas devem vestir. No entanto, há alguns requisitos que devem ser atendidos. A roupa deve ser folgada, o tecido deve ser de uma espessura que impeça que a forma do corpo seja percebida. A roupa deve ser simples, nem excessivamente extravagante, para angariar a admiração das pessoas, nem andrajosa, desleixada ou suja.
Mas há também outras razões que incluem a exigência da modéstia, como, por exemplo, o fato de que a mulher deve ser percebida por suas qualidades intrínsecas, capacidade e inteligência. Na verdade, o hijab não é apenas uma roupa ou um modo de vestir, mas sim todo um comportamento, uma forma de falar e de aparecer em público, que identifica aquela mulher como sendo muçulmana. 

14 ) - CONCLUSÃO


Se olharmos para as nações democráticas do ocidente, vamos perceber que a mulher não desfruta de sua liberdade completa, ela é ainda o reflexo do poder masculino, onipresente na sociedade ocidental cristã.
A mídia exerce hoje o monopólio, antes exercido pela Igreja na construção da mulher, impondo valores, regulamentando no cotidiano das pessoas. No ocidente, a mulher é coagida a perseguir noções abstratas de beleza, e muitas vezes, não percebe que está sendo manipulada. Tornando-se quase um produto descartável quanto qualquer mercadoria.
A mulher ocidental, desde criança, é ensinada que o seu valor é proporcional à sua beleza, aos seus atrativos.
Foram séculos de uma árdua luta para a mulher conquistar o direito de aprender, de trabalhar, de ganhar o seu próprio sustento, de ter a sua própria identidade, de ter personalidade e capacidade jurídica. E apesar tudo, de toda essa guerra, de tão pesados sacrifícios e lutas dolorosas, ela ainda não conquistou o que o Islam estabeleceu para a mulher muçulmana por decreto divino.
De tudo o que foi dito, podemos concluir que a condição das mulheres nas sociedades islâmicas atuais é a ideal? É compatível com o que estabelece o Islam? Não, é claro que não. Mas rotular a condição da mulher no mundo muçulmano de hoje como "islâmica" está tão longe da verdade quanto imaginar que a condição da mulher ocidental é de total liberdade para usufruir direitos.
O que deve ser esclarecido é que não é o Alcorão que necessita ser reexaminado, ou a Suna, e sim a prática humana, que muitas vezes reflete aspectos culturais tão enraizados que distorcem o que foi decretado por Deus.
É preciso confrontar o passado e rejeitar práticas e costumes que se contraponham aos preceitos do Islam. O que devemos compreender é que existe uma imensa diferença entre a crença propriamente dita, conforme revelada no Alcorão, e a prática de algumas sociedades supostamente islâmicas.
Tais práticas atendem muito mais a aspectos culturais específicos, a interesses particulares, e não representam necessariamente o Islam e nem podem servir de base para se denegrir o verdadeiro sentido do Islam. O Islam ainda tem muito a oferecer à mulher de hoje, em termos de respeito, dignidade, reconhecimento. Basta que ela tenha consciência disso e lute para implantar os ensinamentos islâmicos. Para isso, ela tem todos os instrumentos à sua disposição. 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Você é muito mais preciosa que qualquer Diamante e Pérola !



Assalamu Aleikoum wa rahmatullahi wa barakatuh



Você é muito mais preciosa que qualquer Diamante e Pérola !



"Se a memória não me falha, eu estava usando um top branco e uma saia preta curta.

Eu havia sido criada em uma familia muculmana Ortodoxa, então eu nunca havia usado um vestuario revelando meu corpo na presença de meu pai.

Quando finalmente chegou minha mãe e disse que eu poderia subir até a biblioteca, onde meu Pai esperava com muita ansiedade e saudade.


Como de costume, ele estava escondido atrás da porta esperando para mes assustar. Como sempre fazia .

Trocamos muitos abraços e beijos como se um dia fosse pouco para tanto.

Meu pai deu uma boa olhada em mim.

Então ele me sentou no colo dele e disse algo que eu nunca vou esquecer :

Ele disse :

- "Hana, tudo o que Deus fez de valiosos do mundo é coberto e de difícil acesso.

Onde você encontra diamantes?

No fundo do solo coberto e protegido.

Onde você encontrar pérolas?

No fundo do fundo do oceano coberto e protegido em um escudo bonito de ostra.


Onde você encontra de ouro?

Ao descer em uma mina, coberta com camadas e camadas de rocha. Você tem que trabalhar duro para chegar até ele. "


Ele me olhou com olhos mareados e concluiu



"Seu corpo é sagrado. Você é muito mais preciosa que diamantes e pérolas, e você deve ser coberto também. "

Que A Paz e as Bençãos de Allah estejam sobre vocês!