Como tudo começou.

Escrever parece difícil, falar é mais fácil. Rsrs
Iº meu nome é Ana Cristina, hoje tenho 41 anos, sou divorciada e tenho um filho de 12 anos. Sou artista plástica, culinarista e artesã.
Em 2007 estava separada, vivia com minha mãe e meu filho. Eu fazia tomate seco ,pasta de alho árabe, berinjela em conserva e molho de pimenta, tudo registrado com valor nutricional, consegui colocar em um supermercado, mas sozinha é muito difícil, bem essa é outra história, Eu, minha mãe e meu filho decidimos começar aos domingos fazer feira, como eu participava da associação dos artesões daqui de minha cidade não foi tão difícil. Fazíamos bolos de vários sabores, recheados de frutas e com cobertura de frutas cara meladas, vendíamos congelados, lasanha, tortelli, anhollini, rondelli, entre outros, tudo massa caseira e eu fazia alguns artesanato também para vender.
Bem na feira, chegávamos cedo, sabem como é feira, montávamos tudo e esperávamos os clientes e vendíamos o nosso produto. Um dia, um senhor veio comprar um bolo e conversando sobre os produtos ele perguntou: “- Mas onde está seu marido para ajudar vocês ? E educadamente disse: -Sou separada”. Pronto, bastou falar a palavra “SEPARADA” para receber um convite de jantar fora e tomar um vinho. AFF a vontade era de tratar mal, mas fingi que não era comigo. Passou. Mais umas semanas e perguntaram pro meu filho: “- Onde está o papai?” E ele respondeu que o pai não morava mais com a gente. Foi dado uns 5 minutos para esse cliente vir me convidar para jantar e o engraçado é que sempre tinha um vinho depois. RSRS . Bem , não sei ao certo quantos jantares eu recusei, mas um dia , fui visitar uma amiga brasileira casada com um árabe e ela me presenteou com um lenço chamado mandili , usado pelas mulheres muçulmanas. Na outra semana, antes de ir para a feira, pois eu arrumava tudo para depois acordar meu filho e minha mãe, eu fui me arrumar e estava tão cansada que me achei horrorosa, peguei aquele mandili e amarrei de uma maneira diferente , mas escondia meus cabelos. Fomos trabalhar, sempre colocava uma música para animar e íamos cantando. Bem , esse dia, que eu chamo de dia “D” apareceram dois homens daqueles que me convidaram para jantar. Claro que um de cada vez, mas os dois quando me viram, abaixaram a cabeça. Eu não entendi o por que, mas gostei muito . Depois de algum tempo , veio um senhor muçulmano que sempre vinha em nossa barraca com a família tomar café e comer torta. Nesse dia “D” ele quando me viu levantou as mãos e disse “handulillah Cris , que bonita muçulmana você fica!” . Foi depois desse comentário “muçulmana” que fui entender que o respeito dos outros dois que passaram antes e abaixaram suas cabeças era por causa do lenço. E partiu daí a minha curiosidade. Foi quando cheguei a casa e comecei a procurar sobre a mulher muçulmana. E que, quando eu lembro e também me impressiona, foi a primeira matéria que eu li a respeito da mulher muçulmana.
Mas essa já é outra história que contarei .
Que Allah (deus) abençoe você e sua família.